VIDA NA CIDADE
ESSA VIDA QUE ARRANJEI DEPOIS QUE EU DEIXEI A ROÇA, DEIXEIMINHAS FERRAMENTAS, MEUS CAVALOS E A CARROÇA E ME MUDEI PRA CIDADE PARA A VIDAMELHORAR,
ESTOU MORRENDO DE SAUDADE DE TUDO O QUE EU DEIXEI LÁ.
EU TINHA BASTANTE PORCOS, CAVALOS, VACAS LEITEIRAS E O VELHORIO CACHOEIRA QUE SERPENTEAVA O SANGÃO ONDE EU ME DIVERTIA, PEGAVA O PEIXEFRESQUINHO, PREPARAVA COM CARINHO NA HORA DA REFEIÇÃO.
COITADO DE UM VELHO HOMEM, NÃO PODE IMAGINAR DEIXANDO A SUAROÇA E PRA CIDADE VIR MORAR,
AQUI TEM CARROS DE SOM DANADO PRA PERTURBAR
NA MINHA CAMA DE PELEGO NÃO DÁ MAIS PRA DESCANSAR.
MEU PAI ERA SANFONEIRO AFAMADO NA REGIÃO, DE TANTO VER ELE TOCAR, HERDEI A MESMA PROFISSÃO.
E QUANDO A SAUDADE APERTA EU CORRO OS DEDOS NO TECLADO, CANTOAS MODAS DO PASSADO QUE VEM NA IMAGINAÇÃO.